segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Que cada um acrescente o que souber



Acontece a uma pessoa gostar
de um sapinho, por favor, não o pisem,
também a um continente como a Europa,
continuamente
fendido, ferido à queima-roupa,
e, simultaneamente, gritando
outras palavras nos estorvam
tais como “armistício”, “teatro”,
“suspensão de hostilidades”, “era tudo uma brincadeira”, e outras.

Mas a gente
acredita nisso, e pendura penduricalhos
e deita pela janela bandeiras e um tapete,
como se fosse verdade,
como (é costume dizer-se) se tal coisa…

Acontece, vi-o já com os meus próprios olhos.
Durante vinte anos a brisa ia de vento em popa,
e voltaram-se a ver chapéus de primavera
e parecia que ia voar a rosa.

Em 1939 chamaram para a missa os pobres homens.
despejaram-se umas quantas bombas
e durante a noite houve fogos japoneses na baía.
Estávamos – outra vez – metidos noutra.

Depois ouvi falar no quarto ao lado.
(Uma mulher estrangulada, louca.)
O resto, vocês aprenderam-no directamente.

Sabíamos de sobra.

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