segunda-feira, 27 de outubro de 2014

e vejo-a então pelo retrovisor, e paro a motocicleta contra as ervas, atiro-me contra o maple assustado, levanto o auscultador e espero enquanto desfio as bainhas para o chão, ligo o televisor, que estupidez, tudo isto, o rancor, o mundo, o próprio corpo que sofria como limitação, e levanto-me para a ver chegar, enquanto toca à campainha arranjo a camisa, estendo-lhe a mão,
A menina outra vez,
e no seu olhar na minha altivez
Estou quase a sair,
mas atrasa-me nas contas da vida e deslumbra-me na miséria de ser com um passo de dança,
Cale-se e dance,

mas eu não sabia, não tinha onde amarrá-la na miséria de mim, dançado por ela até à loucura 

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