Ela entrou no silêncio como quem entra em
casa.
Lia
demorou-se um pouco com os sacos de pano na mão. Olhou a sala. Cadeiras,
jarras, loiças, malas. No seu rosto não havia o menor sinal de surpresa. Era
quase como quem não visse.
Avançou
em silêncio para o centro da sala. Poisou os sacos, ambas as mãos sobre a mesa.
Depois levou as mãos ao ventre como se apontasse o útero. Como se cercasse o
lume com ambas as mãos. Como se dissesse olha como
se eu lhe dissesse diz como se ela dissesse nada
É
que esta casa é só chão é sal é raiz
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