domingo, 5 de outubro de 2014

Há um caminho rodeado de arvoredos e nesse caminho há uma casa com um jardim e um poço coberto de musgo, e nesse poço ouve-se o mar.
Ficávamos horas sentados sobre as pedras geladas e às vezes levávamos as mãos à boca e aos olhos e sentíamos a lâmina fria da água a atravessar o corpo como um vendaval.
Aquela é uma casa vazia, apesar de a termos ocupado, e de a ela termos regressado tantos anos, tantas palavras depois.
Quem vem da cidade, como nós, desce primeiro ao pátio e vê uma paisagem de tílias, nuvens de gaivotas emergindo do mar, raízes que se confundem com as pedras.


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