O entendimento
está contaminado pelas ocorrências banais e decisivas da minha vida, quando
pergunto por ela, o que é esta música insistindo que a infância existiu, que
existiu o tédio, os lugares cuja substância provei num dado momento com uma
certeza infinda.
Peço um instante
de silêncio, sem nenhum mundo, sem o esgar do que me é contemporâneo a limitar
a memória. Mas em nenhum momento me afasto de mim, sombra errante que eclipsa
aquilo que os outros dizem ser o real, a verdade, todas as substâncias amorfas
das suas certezas determinadas pelos pequenos fracassos de existirem com a
mesma inevitabilidade de serem actos contínuos sobrevoando apenas o coração da
realidade, sem nunca mergulharem no rio cujas águas paradas espelhariam todos
os pequenos nadas a que chamam verdade.
Isto existe,
porém, poderia alguém garantir-me neste preciso instante, fundamentando a
experiência, o real, o próprio sono que me tolhe. E eu estaria tentado a
falar-lhe uma vez mais da morte, cujas humildes pastagens conquistam ao fogo
uma oblíqua chuva sobre os olhos derramada.
Sem comentários:
Enviar um comentário